Morreu nesta quinta-feira, aos 92 anos, a matriarca da família Alves Moura, controladora do Holding Recol Participações, que integra mais de 15 empresas – entre elas o grupo de supermercados Pague Pouco, a TV Gazeta (afiliada da Rede Record), Recol Farma, Recol Distribuidora de medicamentos, além das concessionárias Wolks, Ford, Kia, Yamaha e outros). O império avaliado em mais de R$ 1 bilhão é a razão de uma briga judicial entre os filhos, viúva e neto do empresário Roberto Alves Moura, falecido em agosto de 2013, no Instituto do Coração, em São Paulo.
A empresário Robherta Moura, uma das netas e administradora da TV Gazeta, informou a morte de dona Raimunda Alves por meio de uma postagem em sua página no Facebook, às 18:30 min. “Minha flor partiu, foi encontrar meu pai no seu, seu filho tão amado”, escreveu.
Dona Raimunda vivia muito discretamente sob segurança reforçada e cuidados médicos numa mansão no Bairro Aviário, anexa a um casarão unde morou o empresário Roberto Moura e, hoje, reside uma das netas. A causa da morte não foi informada.
O pólo ativo da ação, que exige divisão equitativa dos bens e tenta destituir o empresário Marcello Moura do controle das empresa, é composto por cinco familiares, incluindo a viúva de Roberto e o filho mais novo dele.
O pólo passivo da ação tem o empresário Marcello <oura e duas irmãs, acusados por desvio de patrimônio familiar.
A ação corre na 2ª Vara Cível, cuja titular é a juíza Olívia Maria Ribeiro.
Em 2018, a Junta Comercial do Acre atendeu a uma ordem judicial para remover 50% das cotas da Holding Recol Participações que estavam em nome do empresário Marcelo Moura. A Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre entendeu que a doação das cotas, feitas por Marcello, estava envolta a manipulação contra a matriarca da família, dona Raimunda Alves de Souza.
A idosa, com isso, passou a deter 99% das ações do império;
Á época, a reportagem do acjornal publicou a íntegra da decisão que vem assinada pelos desembargadores Eva Evangelista, Laudivon Nogueira e Júnior Alberto. Foi a primeira grande derrota de Marcello, que enfrenta processo paralelo em que é acusado de desviar patrimônio familiar.
O Ministério Público entendeu que dona Raimunda Alves foi usada como “testa de ferro” numa alteração contratual em que o empresário passou a deter maioria societária. Embora idosa, os promotores assinalaram que ala foi cúmplice num esquema para ocultação de patrimônio.