[videopress meo25oZN]
Ao menos cinco placas avisam sobre a proibição de som automotivo numa das praças do conjunto Manoel Julião. O alerta é desprezado, impunemente. E todos sabem que a partir das 22h não é permitido música alta.
Logo ali, onde as residências estão praticamente coladas à praça, e onde moradores do conjunto e outros vindos de várias partes da cidade se amontoam para beber, dançar, usar drogas e até se prostituir.
Na noite desta sexta e madrugada de sábado, mais de trezentas pessoas se aglomeravam numa festa ao ar livre que já virou rotina, apesar das denúncias da Associação dos Moradores à Regional da PM responsável por patrulhar a região.
O presidente da entidade, Jordan Magno, confirma estar ameaçado de morte, e evita exposição desnecessária temendo pela sua família.
“Todo que deveria ser feito eu fiz. Diálogo não dá jeito. Chamei a polícia, procurei até o secretário de Segurança. Infelizmente, eu precisei tomar alguns cuidados pessoais”, lamentou o líder comunitário. Ele foi informado da ocorrência de brigas e teve até tiro nesta madrugada.
O acjornal fotografou a desordem, pela madrugada, e voltou ao local, ao amanhecer. Às 6h a aglomeração ainda era grande. Mesmo com o ambiente mais claro, via-se uma turma “muito doida” cheirando e fumando. Os participantes da festa usam qualquer lugar para fazer xixi e outras necessidades. E não adianta os comerciantes e donos de residências pedirem para “não sujar” a calçada.
Uma viatura da PM apareceu, mas o sol já estava saindo e a turma se recolhia, aos poucos, para curar a ressaca.
O gramado da praça fica encoberto pelo lixo. Bom para os catadores de latinhas. Pior para as famílias que saem cedo para ir á padaria, à feira, e parecem ter acordado dentro de um lixão. “Que coisa horrível. Alguém precisa dar um jeito nisso. Eu não dormi direito. Onde estão os nossos direitos”, indignou-se uma moradora
“Hoje eu não vou pra academia”, lamenta uma dona-de-casa que pediu para não ser identificada. Ela e uma outra amiga moram no Bairro da Paz, bem próximo ao Manoel Julião, e sempre usam os equipamentos colocados pela prefeitura para incentivar a atividade física, sobretudo entre jovens e idosos. “Isso aqui tá fedendo demais. Não tem álcool que dê jeito. Uma vergonha”, criticou ele, negando-se a sentar num dos aparelhos.
Usando carros rebaixados e com aparelhagem de som potente (provavelmente quase todos os veículos em situação irregular e com documentação vencida há anos), infestaram também a pracinha Rivaldo Guimarães, no Conjunto Mascarenhas de Morais, na Floresta, onde fazem todo tipo de arruaça, começando nas primeiras horas do anoitecer e só vão embora depois das 7h da manhã do dia seguinte. Uma operação policial revistando os veículos, provavelmente encontrarão drogas e armas.