Em sua declaração de Imposto de Renda do ano de 2010, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) informou à Receita Federal a realização de “doações em espécie” no valor de R$ 733 mil para a mãe dele, Rogéria Nantes Bolsonaro. O valor equivale, corrigido pela inflação do período, a R$ 1.229.427,93. Apesar do alto valor, a doação foi feita em um ano no qual o “01”, como é chamado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, declarou uma redução de patrimônio de 30% e uma dívida de R$ 285 mil.
Entre 2008 e 2020, Flávio declarou ter recebido R$ 250 mil de dois assessores que à época trabalhavam no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Em valores atualizados pelo índice IPCA, esse montante equivaleria atualmente a cerca de R$ 440 mil.
Já a redução de patrimônio de Flávio ocorreu porque, em 2010, ele vendeu um conjunto de 12 salas comerciais. No total declarado, as salas chegavam a R$ 2,6 milhões. Antes de revender, Flávio pagou apenas 12% do financiamento entre 2008 e 2010. O senador vendeu as salas e cedeu o restante do financiamento a uma empresa chamada MCA, obtendo um lucro bruto de R$ 318 mil.
Dois anos depois, em novembro de 2012, o senador e a mulher fizeram a compra de dois apartamentos em Copacabana e declararam ter pago, por meio de dois cheques, R$ 310 mil pelos imóveis. O MP descobriu, porém, que o vendedor depositou para si próprio, além desses dois cheques, um total de R$ 638,4 mil em dinheiro no mesmo momento.