Bocalom iniciará seu mandato como prefeito de Rio Branco sem a independência política e administrativa esperada pelos quase 105 mil eleitores que o elegeram neste domingo.
Não há solução para que o futuro prefeito se movimente em direção a outras forças. Ele estará naturalmente atrelado a uma candidatura majoritária de governador e vice. A chapa está feita e essa história de que é cedo para falar em 2022 é hipocrisia pura.
O prefeito não conseguirá se desvencilhar do compromisso com Sérgio Petecão (PSD), seu padrinho, que encerrará seu mandato como senador e nem de longe pensa em se aposentar. E Márcio Bittar (MDB), ficado em ser governador, seu aliado no segundo turno, como fica? Empoderá-lo com cargos e influência nesses dois anos é apostar em projeto adversário.
Bocalom terá, talvez, o estímulo de apenas um dos oito deputados federais quando a gestão dele apontar seguramente para isso: Mara Rocha (PSDB).
Progressistas e PSD não fizeram nenhuma cadeira e, dos que estão aí, dois (Jéssica Sales e Flaviano Melo) vão para o palanque de Bittar. O apoio de Perpétua e Léo de Brito é desagregador para qualquer grupo, em razão da triste memória que os tornam comunistas-petistas odiados por uma maioria de eleitores. Sobram os três (Alan, Jesus Sérgio e Milani) apoiadores de Gladson Cameli.
Chegará uma hora em que Bocalom terá que decidir entre agradar seus tutores políticos ou implementar o Produzir Para Empregar.
Se romper com Petecão, a coisa piora.
Aliás, romper é ser maltratado pelas forças que o apoiou.
Mailza bancou a candidatura dele, contra a vontade de boa parte dos cardeais do partido, o que deu início ao projeto de poder do grupo.
Fica a questão:
Apoiadores da campanha de Bocalon como a senadora Mailza Gomes, José Bestene, ambos do PP, voltam a ajudar na governabilidade e fortalecer o projeto de reeleição de Gladson Cameli ou desertarão e iniciarão uma construção com o projeto de Petecão? Uma pergunta que só os próprios podem responder.
Gladson inclusive já declarou publicamente que retorna as atividades partidárias do PP e que não terá problema algum em trabalhar parcerias com seu colega de sigla.
O fato é que o governador Gladson Cameli continua bem avaliado na opinião pública e faz um governo aprovado nos 22 municípios.