O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta quarta-feira (18), que o Brasil está deixando de ser visto internacionalmente como um problema com relação à economia ambiental, e que está se tornando parte da solução, inclusive para as questões relacionadas à segurança energética e alimentar no pós-pandemia e pós-guerra.
“A coisa mais interessante que está acontecendo lá fora é a consciência de que o Brasil é uma potência verde. O Brasil vai cumprir os acordos, e vamos ser um protagonista nessa situação climática. O Brasil está levando a partir de agora soluções para o mundo”, disse Guedes.
Ao lado do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, Guedes destacou o empenho do governo na construção de uma agenda ambiental pautada em três pilares:
“Vamos tributar a poluição, premiar as inovações tecnológicas – ou seja, estimular aqueles que tiverem menor pegada de carbono – e premiar a preservação de recursos naturais”, afirmou Guedes.
Leite e Guedes participaram nesta manhã do Congresso “Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes”, promovido pelo BB em parceria com a Petrobras, que ocorre no Jardim Botânico, no Rio, e é transmitido on-line para a imprensa.
Solução energética e alimentar
Segundo Guedes, a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia causaram uma grande ruptura nas cadeias produtivas globais, o que acendeu o alerta da Europa e também dos Estados Unidos sobre a segurança alimentar e energética, lançando a discussão sobre essa última “cem anos à frente”.
Na avaliação do ministro, essa preocupação com relação à interrupção do fornecimento de gás pela Rússia e de grãos pela Ucrânia cria uma janela de oportunidade para o Brasil.
“Os americanos reforçaram dois conceitos-chave: “nearshore”, ou seja, tem que estar perto, do ponto de vista logístico; e “friendshore”, pelo risco geopolítico. Qual é a única grande plataforma que está perto e é confiável? É o Brasil. A ficha caiu. Os europeus disseram que contam conosco. Somos a maior fronteira de investimento energético do mundo.”
Guedes acrescentou que o país será um dos maiores produtores de energia limpa e barata do mundo e que o país está sendo percebido como porto para atração de investimentos.
Ele disse que o Brasil está “condenado a crescer” e voltou a citar que a taxa de investimentos subiu de 14% para 19,2% em 2021, garantindo que vai chegar a 20% em breve:
“Já tem gente vindo do mundo inteiro. (…) Conversamos com empresários franceses, espanhóis, e todos sabem o seguinte: A energia do futuro é hidrogênio verde. Onde se produz barato? No Brasil. Vamos reindustrializar o Brasil em cima de energia barata.”
O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência na Petrobras. A ação é motivada após o ex-presidente da companhia Roberto Castello Branco afirmar, em um grupo privado, que seu antigo telefone tinha provas que poderiam incriminar o mandatário.
Em um grupo privado de mensagens com economistas, Castello Branco diz que antigo seu celular corporativo tinha mensagens e áudios que provavam que Bolsonaro tinha interferido na Petrobras. O caso foi antecipado pelo site “Metrópoles”.
O aparelho foi devolvido à companhia após Castello Branco ter deixado a presidência da Petrobras, no início do ano passado. Na conversa, o ex-presidente não detalha quais seriam os crimes que Bolsonaro teria cometido.
No pedido ao STF, Randolfe pede, além da abertura do inquérito contra Bolsonaro, por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), que Castello Branco preste depoimento sobre o caso e que o celular citado seja apreendido para ser periciado. O senador pede também que as mensagens que eventualmente forem encontradas sejam divulgadas.
“Solicitamos a Vossa Excelência que se oficie ao Procurador-Geral da República para analisar a abertura de inquérito investigativo em face do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, para que esclareçam os fatos e os eventuais crimes cometidos por ele contra o erário público, com a tomada urgente de depoimento do Sr. Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, e de Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, bem como a tomada das medidas acautelatórias indispensáveis ao esclarecimentos dos fatos, tais como a busca e apreensão do telefone celular indicado, a sua perícia e a imediata publicidade sobre os conteúdos que digam respeito ao caso, que contempla manifesto interesse público subjacente”, disse no documento.
Randolfe pede ainda que a apreensão do celular seja feita o mais rápido possível a fim de evitar que o conteúdo das mensagens sejam apagados.
“Tal medida acautelatória é, por pressuposto, urgente, na medida em que há real risco de iminente apagamento de todos os dados que porventura impliquem o Presidente da República em atos criminosos.”