Petrobras: nome de Andrade avança; conselho deve se reunir na sexta
O processo de análise de Caio Paes de Andrade para comandar a Petrobras recebeu conformidade positiva, de acordo com uma fonte. Falta agora a recomendação final do Comitê de Elegibilidade (Celeg) ser enviada ao Conselho de Administração da estatal.
Na sexta-feira (24), o Celeg se reúne para formalizar a decisão, que será enviada ao conselho. Com isso, a intenção é que, no mesmo dia, o Conselho de Administração da estatal realize uma reunião extraordinária para votar a aprovação do nome de Andrade como membro do colegiado e presidente da estatal.
Segundo um executivo, embora haja “alguns pontos” no currículo de Caio, eles “não constituem impeditivo”. Caio vai assumir a empresa no lugar de José Mauro Ferreira Coelho que renunciou ao cargo na última segunda-feira.
No Celeg, que é uma parte do Comitê de Pessoas (Cope), dois grupos de documentos são analisados: o “back ground checking de integridade”, que avalia a integridade do indicado, e o “back ground de covenants”, que avalia o currículo e a capacitação profissional.
Esses documentos são analisados por uma comissão de cinco pessoas, sendo que só quatro votam. O quinto só vota se houver empate.
O Cope é formado pelos conselheiros Ruy Flaks Schneider, Luiz Henrique Caroli e Francisco Petros, além de Ana Silvia Corso Matte e Tales José Bertozzo Bronzato, que são membros externos.
Até a aprovação formal, a estatal está sendo comandada interinamente por Fernando Borges, diretor de Exploração da companhia.
Ao ser nomeado presidente, Caio toma posse e já pode nomear os diretores para empresa que vão precisar ser posteriormente aprovados pelo Conselho de Administração.
O Senado adiou para a quinta-feira (30) a análise e votação da PEC das Bondades, que prevê aumento do Auxílio Brasil e Vale-Gás, além de criar um Auxílio-Caminhoneiro. Os senadores pediram mais tempo para analisar as mudanças na proposta feitas pelo relator Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (29), Bezerra retirou as propostas sobre os combustíveis, como o ressarcimento aos estados que zerarem a alíquota de ICMS sobre o diesel e gás de cozinha, e recuperou a proposta que aumenta benefícios sociais. Chamado de “Pacotão de Bondades”, a proposta é uma alternativa encontrada por governistas para reduzir a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) em ano eleitoral. O valor total para viabilizar os reajustes é de R$ 38 bilhões.
A matéria, segundo senadores e interlocutores ouvidos pela reportagem, deve ser aprovada com tranquilidade pela Casa, visto que as eleições estão se aproximando. No entanto, há inseguranças jurídicas sobre o tema, já que ultrapassaria os limites da lei eleitoral.
O relatório do senador Fernando Bezerra trazia uma cláusula em que colocava o país em estado de calamidade. A ideia foi criticada por líderes de oposição e ainda deverá ser discutida entre os parlamentares.
Se aprovada, a proposta irá reajustar o Auxílio Brasil para R$ 600 até o fim do ano, ou seja, os R$ 200 a mais serão disponibilizados até dezembro de 2022. Já os caminhoneiros terão um auxílio de R$ 1 mil para aliviar a alta no preço dos combustíveis.
Beneficiários do vale-gás também devem ser beneficiados com a proposta. O valor do benefício será reajustado em R$ 53, mas ainda não atingirá a média do preço do GLP de 13 kg, que está em R$ 120, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Os senadores ainda querem discutir uma emenda apresentada pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) para liberar R$ 3 bilhões para um auxílio aos taxistas e motoristas de aplicativo. Embora alguns parlamentares tenham divergido da iniciativa, o governo abriu a possibilidade de negociação.
Outro ponto que ainda deve ser palco de discussões no Senado é a distribuição dos R$ 200 a mais do Auxílio Brasil. Enquanto alguns senadores querem liberar o valor para todos os beneficiários, outros defendem que o reajuste seja feito conforme o nível econômico familiar.
Se aprovado pelos senadores, em dois turnos, o texto será levado à Câmara dos Deputados antes da sanção do presidente Jair Bolsonaro.