Para criar um fato positivo na campanha à reeleição e driblar as restrições fiscais e a legislação eleitoral, que impede a ampliação de benefícios no ano da disputa, o governo vai incluir a iniciativa na PEC dos Combustíveis , que buscava originalmente zerar o ICMS do óleo diesel. A proposta tramita no Senado.
Não é a única “bondade” em elaboração no governo nesta semana. O assunto vai ser levado pelo Planalto para a reunião de líderes do Congresso Nacional na próxima semana juntamente com outra ideia: criar um vale para caminhoneiros autônomos de R$ 1 mil para compensar a alta no preço do diesel.
O programa está sendo chamado no Executivo de “Pix Caminhoneiro”. Além disso, o auxílio para a compra de gás de cozinha deve ser dobrado.
Todos os benefícios durariam apenas até dezembro, logo após a eleição, com um custo total de quase R$ 30 bilhões. Apesar das muitas iniciativas, o governo não conseguiu até agora alcançar seu objetivo.
O preço dos combustíveis não para de subir, impulsionando a inflação, enquanto o governo e o Congresso parecem dispostos a adotar propostas cada vez mais caras aos cofres públicos à medida que se aproximam as eleições.
Veja as ideias já cogitadas e abandonadas pelo governo:
Isenção dos tributos federais sobre diesel
Adotada em março pelo governo, reduziu o impacto no produto em R$ 0,33 por litro, mas altas do petróleo e do dólar, turbinadas pela guerra na Ucrânia, engoliram o impacto da benesse.
Alíquota única dos estados para o ICMS do diesel
Na mesma lei que gerou a isenção federal, foi determinado que os estados tivessem alíquota única. Mas os estados conseguiram driblar esta regra, estabelecendo um teto elevado e permitindo que cada unidade da federação desses descontos, impedindo mudanças. O caso foi questionado no Supremo Tribunal Federal (STF) e os estados acabaram desistindo da artimanha.
Lei para unificar ICMS em 17%
O governo decidiu forçar uma queda dos impostos dos combustíveis, classificando esses produtos como essenciais, juntamente com energia, telecomunicações e transporte público. Com isso, o tributo teria um teto de 17% ou 18% (a depender do estado) .
Estados reclamaram de corte de receita e foi estabelecido um gatilho: caso a queda da arrecadação chegue a 5%, a União compensaria os estados. Projeto já aprovado no Congresso, foi sancionado ontem por Bolsonaro com vetos. PEC para zerar ICMS do diesel
Diante da escalada internacional do petróleo e dos preços dos combustíveis, o governo decidiu criar um espaço fora do teto de gastos, através de PEC, para compensar os estados que zerarem o ICMS do diesel até dezembro.
Essa medida teria impacto de cerca de R$ 29 bilhões, para reduzir os estados apenas em parte pela redução do ICMS.
Vale-caminhoneiro e vale-gás
O governo decidiu ampliar ainda mais a ofensiva e retomou o projeto de criar um voucher para caminhoneiros e turbinar o vale-gás. A ideia inicial para os caminhoneiros era de uma ajuda de R$ 400 mensais, em seis parcelas, até o fim do ano.
Sai ICMS zero para diesel, entra Auxílio Brasil turbinado
Diante da necessidade de provocar um impacto positivo na campanha de reeleição de Bolsonaro, que aparece em segundo lugar nas pesquisas, o governo abandonou a ideia de zerar o ICMS do diesel e compensar os estados por isso.
Agora, vai usar os cerca de R$ 30 bilhões para ampliar o Auxílio Brasil de R$ 400 para R 600. Esse beneficio seria feito junto com o vale-caminhoneiro, chamado de “PIX caminhoneiro” e a ampliação do vale-gás.
Airbnb anunciou a proibição permanente de festas em imóveis anunciados em sua plataforma
Depois da suspensão de festas visando “a segurança e o bem-estar de anfitriões, hóspedes e da comunidade” em 2020, a plataforma Airbnb — serviço online que permite que pessoas anunciem ou aluguem imóveis e acomodações — anunciou nesta terça-feira a proibição permanente desses eventos. No mesmo comunicado, também informou que retirou a limitação de 16 hóspedes, instaurada como medida de proteção à Covid-19.
Adotada inicialmente para conter o avanço do coronavírus, a proibição de festas se refletiu nas vizinhanças. De acordo com o Airbnb, desde que foi implementada mundialmente em agosto de 2020, a restrição aos eventos, houve uma queda de 44% na taxa de denúncias sobre perturbações.
Em agosto de 2020, visando o “melhor interesse da saúde pública”, num momento em que o mundo vivia com altos números de casos de Covid-19, a plataforma também decidiu limitar globalmente o número de hóspedes nas acomodações anunciadas em seu site: seriam 16. A partir desta terça-feira, essa limitação acabou, segundo a plataforma, após reuniões com anfitriões.
À época, o anúncio citou o seguinte: “Alguns optaram por levar o comportamento de bar e clube para casas, às vezes alugadas por meio de nossa plataforma. Achamos que tal conduta é incrivelmente irresponsável – não queremos esse tipo de negócio, e qualquer pessoa envolvida ou permitindo esse comportamento não pertence à nossa plataforma”, argumentava o Airbnb em comunicado.