O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes , afirmou nesta quinta-feira que aceitaria ter a senadora Simone Tebet (MDB-MS) em sua chapa ao Palácio do Planalto. Em entrevista à rádio Bandeirantes, o ex-ministro disse que a pré-candidata medebista não é uma “viúva do bolsonarismo” — termo que costuma usar para falar sobre quadros dos partidos que compõe a chamada terceira via, como o ex-governador João Doria.
Questionado quem poderia ter da terceira via como vice na chapa à Presidência, Ciro respondeu que essa pessoa poderia ser Tebet:
“Eu tenho uma pessoa dessas aí que eu respeito muito. Ela é diferente. Ela não é uma viúva do bolsonarismo igual o Doria. Ela é uma pessoa que acho que vai ter um papel importante, que é a Simone Tebet”.
Ciro, porém, ponderou que a senadora está sendo “traída pelo próprio partido”. Nos últimos tempos, caciques do MDB vem se encontrando com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articulam para que a sigla não tenha candidatura própria, liberando-os a apoiar o petista.
“Nesse momento, ela está sendo traída pelo próprio partido. Porque o Lula está corrompendo. A mão do Lula virou isso, onde ele bota a mão é para apodrecer. Ele quer tirar o MDB da Simone Tebet. Já está acertado com Eunício Oliveira e o Renan Calheiros, os mesmos do esquema do escândalo do Petrolão, as mesmas gentes, as mesmas práticas. E eu não faço isso”.
Ainda em entrevista à rádio Bandeirantes, no programa de José Luiz Datena, de quem Ciro é amigo, o pedetista voltou a afirmar que só escolherá seu vice em julho. A data, segundo afirmou, “é no limite àquilo que o povo o der de viabilidade”.
“Eu só vou escolher meu vice em julho, que é no limite àquilo que o povo me der de viabilidade que vai proteger esse projeto que vai mudar o modelo econômico, mudar o modelo de governança política e derrotar o sistemão”, disse Ciro, que afirmou que tais mudanças são uma “tarefa quase impossível”.
Não é a primeira vez que Ciro e Tebet trocam acenos. Em entrevista à RedeTV, a senadora elogiou o pedetista e afirmou que ele precisava participar das conversas da terceira via.
“Acho Ciro Gomes um grande quadro, que tem a coragem de falar aquilo que pensa. Ele tem a grandeza de dizer e falar o que está em risco no Brasil. Ele explica, e explica corretamente, que PT e Bolsonaro são dois lados da mesma moeda”, disse.
Deputados analisam propostas em sessão do Plenário
Em sessão marcada para as 13h55 desta quarta-feira (18), a Câmara dos Deputados pode votar o Projeto de Lei 4188/21, que permite a exploração de um serviço de gestão especializada para intermediar a oferta de garantias entre o tomador de empréstimos e as instituições financeiras.
A ser regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o serviço poderá ser prestado por instituições autorizadas pelo Banco Central, que farão a gestão das garantias e de seu risco; o registro nos cartórios no caso dos bens imóveis; a avaliação das garantias reais e pessoais; a venda dos bens, se a dívida for executada; e outros serviços.
Segundo o modelo, as pessoas físicas ou jurídicas interessadas em tomar empréstimo junto a instituições financeiras que usam os serviços das instituições gestoras de garantia (IGG) deverão antes firmar um contrato com uma destas e apresentar os bens que pretendem dar em garantia.
Após as avaliações de valor e de risco, a IGG definirá o valor máximo de empréstimo que os bens dados em garantia suportarão. A partir desse momento, o interessado pode ir à instituição financeira para contrair o empréstimo.
Salário mínimo Entre as medidas provisórias pautadas destaca-se a MP 1091/21, que fixou o valor do salário mínimo para 2022 em R$ 1.212 por mês.
O novo valor considera a correção monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro a novembro de 2021 e a projeção de inflação de dezembro de 2021, estimada pela área técnica do Ministério da Economia. No total, o reajuste é de 10,18% em relação ao salário mínimo anterior, que era de R$ 1,1 mil.
Os estados podem ter salários mínimos locais e pisos salariais por categoria maiores do que o valor fixado pelo governo federal.
Comércio exterior Também na pauta consta a Medida Provisória 1098/22, que autoriza a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a aplicar sanções comerciais unilaterais a países contra os quais o Brasil possui controvérsia na Organização Mundial do Comércio (OMC) pendente de julgamento de apelação.