O senador Paulo Paim (PT-RS) comemorou a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) de facilitar a quebra de patentes de vacinas anticovid. O parlamentar ressaltou que os 164 países-membros da entidade fecharam um acordo nesse sentido, após uma negociação que teve início há 20 meses.
Em pronunciamento nesta terça-feira (21), Paim destacou que mais da metade das mortes durante a pandemia ocorreu em países de baixa e média renda, que agora terão a oportunidade de produzir vacinas em grande escala e com preços bem menores.
O senador lembrou que o Senado e a Câmara aprovaram um projeto sobre a quebra de patentes, de autoria dele (PL 12/2021). No entanto, houve vetos do presidente da República. Paim acrescentou que a decisão da OMC mostra que o Congresso estava no caminho certo e que espera que o veto (VET 48/2021) seja derrubado na próxima sessão do Congresso.
— Os lucros jamais podem estar acima da vida. Derrubar o Veto 48 é um gesto de fraternidade, solidariedade, de amor, de política humanitária. Que o Congresso Nacional se junte a esse grande movimento mundial pela quebra de patentes das vacinas anticovid.
Paim também se referiu à vitória da esquerda na Colômbia, com a eleição de Gustavo Petro para presidente e de Francia Márquez como vice, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência na América Latina.
O parlamentar manifestou ainda seu pesar pela morte do vereador da cidade de São Paulo Arnaldo Faria de Sá, aos 76 anos. Paim destacou a trajetória do político, que foi deputado federal por oito mandatos, além de ocupar outros cargos públicos. E lembrou ter convivido com Faria de Sá durante a Constituinte, elogiando a sua dedicação às causas sociais, em especial à defesa dos aposentados e pensionistas, tendo se destacado na luta pela aprovação do Estatuto do Idoso.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Castro oferece Senado para Crivella desistir de tentar governo do RJ
A disposição do ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) de voltar à cena política, cogitando até uma candidatura ao Palácio Guanabara, despertou uma reação do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que agora tenta atraí-lo para sua chapa à reeleição como candidato ao Senado. Nome do campo da direita com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao estado, Castro teme que Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, conquiste o eleitorado evangélico.
O ex-prefeito formaria mais um palanque para o governador e integraria uma proposta ainda mais conservadora do que a hoje representada pela aliança com Romário (PL) — candidato ao Senado da coligação.
Para evitar que as candidaturas de Castro e Crivella concorram concomitantemente e dividam eleitores, lideranças do PL prometem aumentar o espaço do Republicanos em um eventual próximo mandato do governador, caso o ex-prefeito do Rio desista do Guanabara. Atualmente, o partido ligado à Igreja Universal comanda a Secretaria estadual de Assistência Social e é responsável por nomeações na pasta de Administração Penitenciária.
Fernando Frazão/Agência Brasil
Marcelo Crivella
A proposta encontra amparo na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que decidiu que partidos de uma mesma coligação podem lançar mais de um candidato ao Senado. No entanto, é vista como uma espécie de traição a Romário, colega de partido do governador.
Mesmo liderando as pesquisas de intenção de votos para o Senado, o ex-jogador não conta com o apoio de membros da chamada ala ideológica do governo Bolsonaro, que defendem o lançamento de uma candidatura que levante a bandeira das pautas de costumes. Para o chamado “bolsonarismo raiz”, o grupo político do presidente seria mais bem representado por Crivella.
Apesar do desejo de concorrer ao governo e de ser bem-visto como um nome ao Senado, Crivella esbarra em resistências internas no Republicanos. No cálculo mais conservador de alguns nomes do partido, uma candidatura do ex-prefeito à Câmara dos Deputados significaria um voo mais tranquilo para Crivella e para o partido, além de garantir um número maior de parlamentares na bancada federal.
Nos bastidores da legenda, o presidente nacional da sigla, Marcos Pereira, tenta controlar as pressões de deputados que contam com os votos amealhados por Crivella e a vontade do próprio ex-prefeito, que não esconde o desânimo com a possibilidade de concorrer a deputado.
Procurado, o ex-prefeito não respondeu aos pedidos de entrevista. Pereira afirmou que, por ora, ainda não há nada definido.
A vaga de vice na chapa de Castro também entrou em discussão diante da tensão entre o governador e Washington Reis (MDB), cotado para o posto. Na última semana, durante a eleição do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), eles seguiram caminhos diferentes, o que fez com que vários partidos oferecessem nomes para a composição.
O próprio Republicanos sugeriu para vice a deputada Rosângela Gomes, enquanto o União Brasil, que aguarda a definição da elegibilidade de seu pré-candidato ao estado, Anthony Garotinho, acenou com Marcos Soares, Fábio Silva e Daniela do Waguinho. Nome que agradava a Castro, o deputado federal Dr. Luizinho (PP) tentará novamente a Câmara e será puxador de votos.
O impasse entre Castro e Reis, no entanto, parece apaziguado. Os dois participaram de agenda na última sexta e reiteraram a parceria.