Em maio de 2016, em depoimento na sede da Polícia Federal, em Cruzeiro do Sul, a administradora da Casa do idoso naquela cidade, Rita Feltztas Riling, admitiu o registro de uma morte supostamente atribuída à falta de oxigênio. A paciente Alda Rodrigues da Silva, que estava internada no Abrigo Vicentino e possuía diversos problemas de saúde, inclusive respiratórios, utilizava esporadicamente oxigênio por máscara de venturi. Com a saúde em risco, lhe foi orientado que usasse oxigênio durante uma semana, sem pausas.
“O último cilindro utilizado por Dona Alda foi trocado no dia do falecimento, em 16 de março, por volta das. Porém, diz Rita, os cilindros recebidos pela Secretaria de Saúde Estadual nunca estavam completos, pois percebia pelo som emitido. Quando a gente batia com as mãos no cilindro fazia um eco diferente do totalmente cheio. Era possível observar que havia uma quantidade reduzida do produto”, afirmou
A administradora do abrigo disse ao delegado federal Flávio Henrique de Avelar que chegou a comentar com algumas pessoas sobre tal fato. “Falei uma vez com uma pessoa da Secretária de Saúde (dentro da própria Secretaria) que os cilindros não estavam cheios e a pessoa afirmou que sabia de tudo”. Rita, no entanto, não lembra com quem exatamente conversou na Sesacre.
Ao delegado, Rita afirmou que os cilindros que deveriam chegar com pressão de 200 lbs, mas davam entrada no abrigo com 150, conferidos pelo manômetro do Abrigo (equipamento novo).
Dona Alda estava acionótica (rosto, lábios, pontas dos dedos roxos), sendo que as pernas tambérn estavam roxas, corno se o oxigênio lhe estivesse faltado
Especialistas ouvidos pela Polícia Federal informaram que um cilindro grande com dez litros dura de um dia a um dia meio aproximadamente; os cilindros encaminhados ao abrigo, disse Rita, não duravam uma noite inteira com o paciente. No dia 16 de malo de 2016, a PF verificou, em nova diligência junto ao SAMU. A resposta foi positiva. O gás medicinal fornecido pela Sesacre estava em falta há sete meses, segundo informou a direção do Samu.
Ao questionar sobre os motivos, a PF foi informada que a empresa carregada de encher e fazer a entrega dos cilindros constantemente atrasava, bem corno os cilindros nunca estavam devidamente cheios. Margareth, a servidora que atendeu os federais, afirmou que, diante dos fatos, o Samu começou a encher os cilindros no próprio Hospital da Mulher e da Criança do Juruá.
“Os cilindros para o SAMU deveriam ser completados e entregues pela empresa que venceu a licitação. Durante as diligencias da PF em Rio Branco/AC, foi confirmado que Wellington e Mario Odon se relacionam com o senhor Rosicleudo da Silva Veloso, da Comissão Permanente de Licitações, inclusive dependendo de supostos favores dele”, diz o relatório de auditoria da PF.
Segundo investigação da Polícia Federal, o envazamento dos cilindros sofria variações criminosas. Veja reportagens completas no portal acjornal.com)
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