A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Acre (Adepol) acusa militares por prática de milícia, improbidade administrativa e uso da estrutura bélica estatal para fins pessoais e criminosos. A forte declaração, contida numa nota pública, revela que militares, cujos nomes não foram revelados, invadiram a delegacia do Bujari para “resgatar acusado legalmente preso, num claro incentivo à desordem”. O acusado em questão é o professor de Matemática “Breu”, que se envolveu numa confusão generalizada com o delegado Pedro Resende, na manhã desta quarta-feira. O professor desferiu um soco no rosto do delegado, que deu ordem de prisão ao docente. O professor, que tem um genro e um cunhado sargentos da PM, foi duramente castigado na delegacia, sendo transferido ao Pronto Socorro de Rio Branco com hiperemia (sangue no ouvido), costelas fraturadas e dreno no pulmão.
A nota emitida pela Adepol afirma que os militares agrediram fisicamente o delegado, estavam armados e em serviço, o que configura improbidade, e valeram de sua autoridade para destruir provas do flagrante. Segundo a nota, os militares cometeram “fraude processual, numa verdadeira ação de milícia no seu sentido mais torpe”.
O comandante da PM, coronel Júlio César, também por meio de nota de repúdio, diz que a Adepol faz acusações pesadas contra membros da corporação militar, “emitindo juízo de valor sobre profissionais do sistema de segurança sem antes analisar todos os fatos motivadores e consequências advindas desse episódio”.

Nota da Adepol
NOTA DE REPÚDIO
A Polícia Militar do Estado Acre (PMAC) vem a público repudiar e lamentar a forma de tratamento contra membros da corporação emitida pela Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre – ADEPOL por meio de nota publicada no Facebook na tarde desta quinta-feira, 27, ao tentar defender um de seus associados, lotado no município de Bujari, acerca de uma ocorrência de um provável furto de energia e, posteriormente, acusar policiais militares de terem cometido vários crimes para defender o proprietário da residência, onde teria havido o referido crime.
Ocorre que, ao defender o associado, a ADEPOL fez acusações pesadas contra membros da corporação militar chamando-os de “criminosos”, “milicianos”, entre outros adjetivos pejorativos. O comando da PM lamenta a avaliação prematura com que a ADEPOL se manifestou sobre a ocorrência policial, emitindo juízos de valor sobre profissionais do sistema de segurança, sem antes analisar todos os fatos motivadores e consequências advindas desse episódio.
As instituições policiais vivem em ambiente de boa integração profissional e fatos isolados não podem ser utilizados para justificar pré-julgamentos sobre todos os membros da Polícia Militar. Iremos apurar os fatos com atenção e responsabilidade que o caso exige, para que, ao final, possamos de fato fazer cumprir a lei, ou seja, o que a justiça determinar, pois é a quem cabe julgar.
Os agentes da segurança pública, sejam militares ou civis, tem o objetivo em comum de servir e proteger a sociedade acreana e em vez de tomar posições precipitadas da forma que a ADEPOL se manifestou, ao contrário, precisamos nos unir cada dia mais contra o crime em nosso Estado.
A PMAC sempre trabalha para bem servir a sociedade, com muita responsabilidade, profissionalismo e compromisso, e reafirmamos o respeito e admiração pelo trabalho do Delegados de Polícia, e entendemos que fatos isolados não vão perturbar o bom relacionamento das corporações policiais.
Rio Branco-AC, 27 de julho de 2017.
Júlio César do Santos – CEL PM
comandante-Geral da PMAC
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