Por que o Bonde dos 13 impõe tanto medo à Segurança Pública do Acre? Por quais razões a captura dos 16 criminosos, foragidos desde sábado, em Cruzeiro do Sul, impôs um silêncio anormal entre as autoridades? Nem mesmo os jornalistas ligados à Polícia Civil auxiliam a imprensa com informações. As assessorias do Iapen em Rio Branco e no Juruá, da mesma forma, não se manifestam. A única informação dada até a noite de segunda feira é previsível: a de que 50 homens estariam envolvidos nas buscas. Numa tentativa de evitar desgastes, o secretário Emylson Farias anunciou reformas no Presídio Manoel Neri, de onde os presos fugiram sem muito esforço. O grupo quebrou a laje das celas, conseguiu cortar uma tela de aço galvanizado, destruiu o telhado e, em seguida, pulou de uma altura estimada em 4 metros. Dois porta-vozes da Sejusp disseram que estariam em missões no interior e não teriam notícias seguras a dar aos jornalistas. Habitualmente, criminosos que não pertençam a grupos organizados são recapturados em algumas horas. Neste caso, a Segurança Pública é ágil o suficiente para dar audiência ao noticiário policial. Oficialmente, apenas um fugitivo foi localizado e devolvido ao presídio. Com o advento da Expoacre, para onde é destacado um efetivo consideravelmente alto, as ruas da capital fica desguarnecida – 0 mesmo ocorrendo com o policiamento ostensivo em municípios acessíveis por terra (Manuel Urbano, Sena Madureira, Tarauacá e Feijó), possível destino dos fugitivos. O diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Martin Hessel, em nada pôde contribuir sobre o assunto. Ele abriu investigação para descobrir como os objetos utilizados para serrar a grade entraram no presídio.
Exército
Dez dias antes da fuga em massa, o general José Eduardo Leal de Oliveira, comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Rondônia, e o juiz de Execuções Penais Hugo Torquato, se envolveram em atritos que mudaram até a rotina do STF. O militar barrou o magistrado, causando uma contenda generalizada entre Exército e Judiciário, ao ponto de a repercussão gerar mais manchetes país afora do que propriamente a operação destinada a encontrar armas, aparelhos celulares e droga dentro do Presídio Manoel Neri. Conflito à parte, os militares posaram com dezenas de objetos ilícitos apreendidos, julgando ter realizado “um verdadeiro limpa nas celas”. os cidadãos, nas redes sociais, se perguntam: que varredura foi esta que deixou muitas questões sem respostas? Por que o Exército não apontou deficiências na segurança – e na estrutura – do presídio?
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