Os diversos focos de queimadas registrados no Acre nos últimos dias não estão destruindo somente a floresta nativa do Estado, mas causando perversidade criminosa aos animais silvestres que nela habitam.
Muitos não conseguem fugir do fogo e acabam sendo carbonizados vivos.
Foi o que aconteceu com um casal de pacas na região do ramal do Pinduca, na zona rural do município de Sena Madureira, interior do Acre, na tarde da ultima terça-feira, dia 21 de Setembro.
As imagens que o Acjornal teve acesso mostram os animais saindo de dentro do mato, em desespero, com a pele derretendo pelo calor das chamas que destruíam tudo pela frente.
A equipe de brigadeiros do núcleo do IBAMA de Sena Madureira, que trabalhava para conter o avanço do fogo sobre outras regiões, se comove com a cena e tenta socorrer o casal de pacas.
“Veja o vídeo)
Já capturado, um dos animais aparece em outro vídeo agonizando no colo de um dos brigadistas do IBAMA que lhe salvaram das chamas.
(Veja o vídeo)
Luiz Mendes, que incentivou os colegas de trabalho no socorro aos animais, se revolta com a situação de sofrimento da paca que se encontrava, naquele momento, em estado mais grave com o corpo inteiro queimado.
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O casal de pacas foi conduzido pelos brigadistas para o escritório do IBAMA no município de Sena Madureira.
Mas o animal que se encontrava em situação mais grave morreu na carroceria do carro antes de chegar à cidade.
O outro também ão resistiu aos ferimentos e morreu quando era transferido, no dia seguinte, para atendimento dos veterinários do órgão em Rio Branco.
O Acjornal conseguiu contato com brigadista Daniel Gonçalves, em Sena Madureira, para ele confirmar a procedência das imagens postadas no status da rede social de um de seus colegas.

Ele alegou que não tem autorização superior para detalhar esse tipo de situação, mas confirmou que é grande o número de ocorrências de socorro a animais silvestres nas ações de combate a incêndios florestais na região.
No caso do fogo que destruiu grande área de floresta e pastagem de gado do ramal do PInduca, onde o casal de pacas foi socorrido, as chamas se alastraram a partir da ação de um morador que ateou fogo no terreno que pretendia limpar para cultivo da agricultura.
Em 90% dos casos de focos de incêndios e queimadas registradas no Acre, hoje, o fogo foi provocado pela própria população, intencionalmente.
A forte estiagem que o Estado enfrenta tem colaborado para o alastramento das chamas com a destruição da floresta e a mortandade de animais silvestres.