Económico

Solicitação de reequipamento: Secretário de Defesa e líderes militares exigem aumento de financiamento

Durante uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, o Ministro da Defesa do Brasil, José Múcio Monteiro, e os comandantes dos três ramos das forças armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – expressaram preocupação com o financiamento insuficiente. Eles enfatizaram que o orçamento atual não atende às necessidades do setor de defesa e pediram aos parlamentares que direcionem fundos adicionais por meio de emendas ao orçamento.

José Múcio destacou que o Brasil gasta apenas 1,1% do PIB em defesa, o que é significativamente menor do que em outros países. Por exemplo, a Colômbia, que é muito menor que o Brasil, aloca 3,6% do PIB para a defesa.

O Ministro da Defesa enfatizou que os investimentos em armamentos não atraem o interesse do eleitorado e, portanto, são ignorados pelos parlamentares. Ele está convencido de que as Forças Armadas do país precisam ser equipadas com equipamentos modernos que correspondam às capacidades e aos recursos do Brasil.

O Comandante da Marinha, Almirante Marcos Sampaio Olsen, informou sobre a situação inadequada da frota. Seu argumento baseou-se em estatísticas decepcionantes: ela foi reduzida pela metade em 20 anos, com planos de desmobilizar outros 40% dos remanescentes até 2028.

Também foram recebidas reclamações do comandante da Força Aérea, General de Brigada Marcelo Kanitz Damasceno. De acordo com as reclamações, os pilotos não estão cumprindo o mínimo de horas de voo exigido para manter a proficiência. A Força Aérea Brasileira (FAB) tem hoje 458 aeronaves ativas – em 2014 eram 576. De acordo com o general, há um déficit anual de R$ 1,3 bilhão em verbas de manutenção das aeronaves.

Vida pública e atividades políticas dos militares

José Múcio defendeu projetos de lei em tramitação no Congresso que proibiriam os militares de se candidatarem a cargos públicos e retornarem ao exército, a menos que sejam reeleitos. Em sua opinião, aqueles que retornam ao quartel após a atividade política violam a hierarquia e criam uma atmosfera politicamente carregada que deveria estar livre de questões parlamentares. O ministro enfatizou que tais restrições devem se aplicar não apenas aos principais ramos das forças armadas, mas também à polícia militar e ao corpo de bombeiros.

Na reunião, Múcio também foi chamado a se manifestar sobre as ações do governo contra os militares envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando os apoiadores de Jair Bolsonaro atacaram os prédios dos três poderes do governo em uma tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder contra a derrota eleitoral. De acordo com Múcio, se as forças armadas devem ser responsabilizadas pelo golpe de 1964, o exército também deve ser elogiado pelo fracasso das tentativas antidemocráticas de 2022.

Talvez esteja interessado em ler sobre Parimatch

José Múcio relembrou o depoimento de dois ex-comandantes do Exército (Freire Gomes) e da Aeronáutica (Brigadeiro Baptista Júnior) que confirmaram à Polícia Federal (PF) que houve, de fato, uma tentativa de golpe organizada por Bolsonaro. Ele expressou sua gratidão a ambos os oficiais.

José Múcio disse que durante todo o ano ele esteve respondendo às críticas da imprensa e dos políticos. Ele expressou sua gratidão pelo fato de que, após o último depoimento em janeiro, que ajudou a identificar suspeitos, limpando assim a reputação das forças armadas, agora é possível olhar as pessoas nos olhos com dignidade e falar sobre a necessidade de união. Ele enfatizou que seus pedidos não são apenas para o governo atual, mas também para as autoridades futuras.

Trending

Exit mobile version