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O que está reservado para você na Brasil Game Show

multidão de pessoas e logotipo bgs

Parece que os jogos para celular logo substituirão completamente todos os jogos analógicos. Mas isso é verdade ou não? Conversamos com o fundador da Brasil Game Show anual e ele comentou sobre essa incrível popularidade dos jogos para celular e o que está reservado para o setor de gamificação no Brasil.

A popularidade dos jogos para celular

O setor de videogames cresceu a passos largos nos últimos tempos, tornando-se quase a principal estrela do entretenimento no século XXI. De acordo com um estudo realizado pela Newzoo, há mais de 3,3 bilhões de jogadores no mundo.

Com o advento dos smartphones, a situação ficou ainda mais louca. Agora, mesmo aqueles que nunca pensaram em jogar estão baixando jogos em seus celulares e se divertindo muito. Essa é a mesma experiência imersiva que as pessoas costumavam ter apenas em consoles ou PCs, mas agora não é necessário comprar nenhum hardware adicional.

Os jogos móveis estão democratizando o acesso aos jogos em uma escala sem precedentes. Dê uma olhada nesta estatística interessante: no ano passado, o número de jogadores de smartphones cresceu 3,4%, chegando a 51,7% do total. Os consoles ficaram em segundo lugar, com 20,5%, superando até mesmo os PCs, que ficaram em terceiro lugar, com 19,4%, de acordo com o estudo Games Brazil 2023.

Parece que Marcelo Tavares, o homem por trás da Brasil Game Show (BGS), tem muito a dizer sobre essa revolução dos gamers e como ela está afetando não apenas a indústria, mas também a forma como nos entretemos.

A 15ª edição da BGS Show será realizada em São Paulo em outubro, e Marcelo está envolvido em tudo isso desde o início – em 2009, quando todos jogavam em consoles. Mas, com o tempo, os jogos começaram a migrar para o PC e, nos últimos anos, os dispositivos móveis ganharam espaço.

E o Brasil não está alheio a isso. Estamos em 5º lugar entre os países com mais usuários de Internet e somos o maior mercado da América Latina, com mais de 103 milhões de jogadores! E um estudo da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames), em parceria com a Apex, apontou que o mobile dominará o mercado em 2022, respondendo por 49% das vendas, enquanto o PC responderá por 2% e os consoles por 25%.

Marcelo percebeu a mudança em 2017, quando o mercado móvel estava apenas começando. Ele cresceu ano após ano até finalmente explodir em 2022 e 2023, especialmente após a pandemia. Não é à toa que o Brasil é um dos três países com mais downloads de jogos para celular!

Free Fire é uma espécie de protagonista de toda essa história. Esse jogo de ação e aventura no estilo battle royale foi um sucesso no Brasil e conquistou o mundo com mais de 210 milhões de downloads em 2023. 

E Marcelo Tavares comprova tudo isso. Ele diz que, em sua exposição, 70% das pessoas estão jogando em dispositivos móveis, e jogando seriamente. Há até aqueles que só jogam em seus celulares, enquanto outros os usam como backup, mas o fato é que os dispositivos móveis dominam, pois são mais acessíveis a todos.

O mercado de jogos para celular

Dê uma olhada nesta estatística impressionante: em 2023, os jogos para celular renderão mais de US$ 90 bilhões para os desenvolvedores em todo o mundo, de acordo com a Sensor Tower. Mas, apesar de todo esse lucro, as pessoas no Brasil ainda lutam para ter acesso aos mais recentes smartphones ou smartwatches com poder de hardware decente. Marcelo Tavares, fundador da BGS, fala sobre a realidade do mercado brasileiro.

Ele ressalta que, embora estejamos entre os três ou quatro primeiros em termos de jogadores, quando se trata de dinheiro, estamos entre os dez ou até mesmo entre os treze primeiros, dependendo do estudo. E tudo isso se deve à situação financeira – nem todos podem gastar tanto quanto gostariam em jogos. É uma realidade que precisa ser enfrentada.

Marcelo Tavares faz uma observação muito válida. Ele diz que, nos países em desenvolvimento, nem todos têm acesso fácil a certas coisas por causa das oportunidades econômicas. É por isso que a ideia de democratizar o acesso a jogos, especialmente por meio de telefones celulares, é sensacional.

Ele acredita que o governo também deve se envolver no processo. É preciso que haja alguma ajuda para que as pessoas possam ganhar mais. E não é só isso: o setor de jogos é megaimportante, por isso o governo deve apoiá-lo, reduzindo impostos, facilitando a vida das empresas e investindo no treinamento da população local. 

Os jogos móveis brasileiros estão ganhando atenção global

O Brasil, conhecido por seu futebol, praias e carnavais coloridos, agora está atraindo a atenção com seus jogos para celular. Nos últimos anos, nosso país produziu vários sucessos que ganharam popularidade não apenas no mercado local, mas também fora dele.

Um dos exemplos mais marcantes é o “Free Fire”, desenvolvido pelo estúdio brasileiro Garena. Esse jogo de ação e tiro no gênero “battle royal” foi reconhecido como um dos mais populares do mundo. Sua jogabilidade única, personagens interessantes e batalhas emocionantes o tornaram um fenômeno não só no Brasil, mas também no mundo todo. O “Free Fire” se tornou um símbolo de sucesso para o setor brasileiro de jogos.

Outro jogo notável é o “Horizon Chase”, desenvolvido pela Aquiris Game Studio. É um jogo de corrida de arcade inspirado nos jogos clássicos dos anos 80 e 90. O “Horizon Chase” foi reconhecido por seus gráficos estilosos, pistas emocionantes e jogabilidade dinâmica. O jogo foi recebido com sucesso no país e no exterior, tornando-se popular entre os fãs de corridas de fliperama.

A indústria brasileira de jogos continuará a encantar os jogadores com novos projetos, demonstrando seu potencial no cenário mundial. Esses e outros jogos confirmam que o Brasil não é apenas um centro cultural, mas também uma fonte de inovação criativa em jogos para celular.

O crescimento do setor de jogos para celular no Brasil

Veja como é bom: o Brasil está se tornando um verdadeiro celeiro de estúdios de jogos, e os desenvolvedores estão aqui em massa! De acordo com um estudo da Abragames, o número de estúdios de jogos aumentou 3,2%, passando de 1.009 em 2021 para 1.042. E isso não é tudo! Entre 2020 e 2022, 2.600 jogos foram criados no Brasil. Desses, mais de 1.000 foram lançados somente em 2022. É muita coisa!

E olha só o que está reservado para a exposição da BGS: eles estão ampliando a área de jogos indie, que agora se chama Avenida Indie. A ideia de toda a exposição é fazer com que mais empresas brasileiras apresentem os jogos do país, principalmente os lançados em dispositivos móveis. 

Marcelo Tavares, representante de exposições da BGS, está animado com a atmosfera dessa nova área. E acredita que o mercado de jogos para celular é uma grande oportunidade de crescimento para os desenvolvedores brasileiros.

Mais uma notícia positiva: a 2ª Pesquisa Nacional da Indústria de Jogos mostrou que há estúdios de jogos em quase todos os cantos do Brasil. Mas a maioria deles ainda está concentrada no sul e sudeste do país. São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideram a lista, mas há alguns que se destacam em outras partes do país também. É ótimo ver esse setor crescendo e se espalhando por todas as regiões!

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Desafios enfrentados pelo setor de jogos para celular no Brasil

O setor de jogos para celular no Brasil está enfrentando novas oportunidades e desafios:

  • Concorrência de mercado. Com o número crescente de estúdios e jogos em dispositivos móveis no Brasil, a concorrência está se tornando mais intensa. Isso cria desafios para os novos desenvolvedores que precisam se destacar e chamar a atenção do público;
  • Restrições financeiras. Para alguns desenvolvedores, especialmente os pequenos estúdios, as restrições financeiras podem ser uma grande barreira;
  • Disponibilidade de recursos. Apesar do crescimento do setor, muitas regiões do Brasil ainda têm acesso limitado à Internet de alta velocidade e a dispositivos móveis modernos;
  • Regulamentação e tributação. A legislação e o sistema tributário brasileiros podem apresentar desafios para os desenvolvedores de jogos para celular, especialmente no contexto de exportações e negócios internacionais. 

Apesar desses desafios, o setor de jogos para celular no Brasil continua a crescer e prosperar. Os estúdios e desenvolvedores estão buscando novas maneiras de superar os obstáculos e criar jogos de qualidade que possam competir no mercado global.

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Com que resultado os participantes das primeiras temporadas do Big Brother no Brasil venceram a competição?

programa de tv com logotipo big brother brasil

O Brasil está comemorando novamente, pois Davi Brito entrou para o seleto grupo de campeões do reality show mais famoso do país, o Big Brother! Na última terça-feira, Davi Brito fez a alegria dos telespectadores e levou para casa o cobiçado troféu com uma vitória convincente. Mas, espera aí, será que ele conseguiu quebrar o recorde de maior número de votos? Parece que o título de ter a maior porcentagem de votos ainda pertence à adorável Juliet, a rainha do Big Brother 21, com uma margem impressionante de 90,15%. Os outros dois campeões têm totais ainda mais altos, mas com um pequeno detalhe: suas finais tiveram apenas dois participantes cada! Prepare-se para voltar no tempo e explorar os momentos mais memoráveis das finais do Big Brother Brasil.

BBB 1 – Kleber Bambam

O pioneiro do programa, o lendário Kleber Bambam! Hoje ele tem mais de 5 milhões de seguidores no Instagram e já no início do reality show demonstrou sua capacidade de encantar. Imagine só, um jovem do interior, com seus modos simples e bom humor contagiante, fez o Brasil enlouquecer! E quem pode se esquecer de seu cartão de visitas mais do que único? Contra seu pano de fundo, sua adversária Maria Eugeni parecia quase um elemento extra do jogo, não é mesmo? Mas, no final, Kleber venceu com 68% dos votos na final tripla. 

BBB 2 – Rodrigo Leonel “Caubói”

Vamos relembrar o homem do momento, o lendário “Caubói” Rodrigo Leonel! Imagine só, em uma temporada repleta de jogadores com enorme potencial, ele conseguiu se destacar e levar o prêmio máximo. Com seu estilo autêntico e carisma inegável, ele pavimentou seu próprio caminho para a vitória. É quase como uma história moderna de faroeste, com o cowboy cavalgando em direção ao pôr do sol com 65% dos votos no bolso. 

BBB 3 – Domini

E o que dizer do nosso querido Domini, que passou por muitos altos e baixos durante a terceira edição do Big Brother! Com o principal antagonista da temporada em seu encalço, nosso herói passou por momentos difíceis. Mas eis que chega o momento épico: uma vitória retumbante com sua namorada Sabrina Sato ao seu lado! É como se eles estivessem desafiando o destino juntos, prontos para enfrentar qualquer obstáculo que o jogo colocar na frente deles. E que final emocionante! Até o último segundo, Domini e Elan lutaram por cada porcentagem. No final, com 51% dos votos, Domini saiu vitoriosa e foi proclamada campeã. Essa história faz você acreditar no poder do amor, na perseverança e, é claro, nas reviravoltas do Big Brother.

BBB 4 – Cida

Diga olá para a incrível Sid! Ela fez história ao se tornar a primeira mulher a ganhar o título do reality Big Brother. Quem poderia imaginar que a ex-babá poderia se tornar um símbolo de força e determinação para todo o país? Desde o início humilde de sua carreira, onde trabalhou desde os 12 anos de idade, até seu ousado salto para o programa Big Brother, Sida mostrou que não tem medo de enfrentar desafios. E veja como a final foi emocionante! Com 69% dos votos, ela não apenas venceu o jogo, mas também conquistou o coração de milhões de telespectadores. É o tipo de vitória que inspira e emociona, uma prova real de que os sonhos podem se tornar realidade mesmo quando é impossível!

BBB 5 – Jean Wylis

Que temporada movimentada tem sido a quinta! E em meio a toda a discussão e controvérsia surgiu nosso herói, o incrível Jean Vaillis! Como professor e defensor ativo da comunidade LGBTQ+, ele se manteve firme durante todos os desafios, mantendo a cabeça erguida diante da homofobia que, infelizmente, ainda reinava entre os participantes. Mas Jean não estava sozinho, estava? Com grande apoio da comunidade LGBTQ+ e de todos aqueles que acreditam na igualdade e no respeito, ele chegou à final, enfrentando a poderosa Grazi Massafera e a fofa Sammy. Com 55% dos votos, Jean Vailis foi o grande vencedor do reality show! Esse é o tipo de vitória que vai além do programa – é uma vitória do amor e da tolerância. 

BBB 6 – Mara Viana

Vamos aplaudir de pé a incrível Mara! Ela não só se tornou a segunda mulher a ganhar um título importante do BBB, como também encantou o país inteiro com seu coração de ouro e o espírito firme de uma mãe solteira. Imagine só, uma enfermeira determinada entrando no programa com um objetivo tão nobre: pagar pelo tratamento de sua filha, que passou por tantas dificuldades quando criança. E, no final, com 47% dos votos, Mara mostrou que o amor de mãe é imbatível e levou para casa o merecido prêmio. Esse é o tipo de história que faz você acreditar no poder do amor e na capacidade de superar as dificuldades. Mara, você é uma inspiração para todos nós!

BBB 7 – Diego Herman

E assim passamos para a sétima temporada do Big Brother, onde as coisas ficaram realmente sérias! Quem pode esquecer o invicto Diego Alemão? No caso dele, estamos falando de impressionantes 91% dos votos! Era como se o Brasil inteiro tivesse se unido para escolher um grande campeão. E foi uma final com apenas dois jogadores, então você pode imaginar a intensidade da competição! Diego mostrou que veio para jogar sério e com certeza deixou sua marca na história do programa. Essa é uma daquelas vitórias que será lembrada por todos os fãs do Big Brother!

BBB 8 – Rafinha Ribeiro

Ah, aquela oitava temporada, em que as emoções estavam à flor da pele em cada votação! E quem pode se esquecer do lendário Rafinho Ribeiro? Esse talentoso músico nos proporcionou um dos momentos mais épicos da história do programa, um verdadeiro duelo inesquecível! Com incríveis 75 milhões de votos – sério, você me ouviu, 75 milhões de votos – foi uma verdadeira batalha pelo título. E veja como foi intenso: Rafinha venceu com pouco mais de 50% dos votos!

BBB 9 – Max Porto

Quem esteve no epicentro da 9ª temporada o tempo todo? O lendário Max Porto, é claro! Esse cara fez história ao chegar à final com Priscila Pires e Francine. E que final foi essa! Com uma margem muito pequena, de apenas 0,24 pontos percentuais, Max conseguiu sair vencedor com 34,85% dos votos. E vamos falar sobre aquela estreia épica no quarto branco, certo? Foi uma daquelas reviravoltas que deixou todo mundo de queixo caído, certo? Mas, no final, foi o talento, a determinação e, claro, um pouco de sorte que levaram Max ao título de campeão.

BBB 10 – Marcelo Durado

É uma história de resiliência e redenção que vai direto ao coração! Marcelo Dourado pode ter tido um começo difícil na quarta edição do programa, quando foi eliminado com mais de 60% dos votos, mas isso não o impediu. Ele voltou com vigor renovado na décima edição, determinado a mostrar ao Brasil do que é capaz. E vejam só que emocionante! Graças à sua perspicácia e determinação, Marcelo conquistou o público e saiu vencedor com a mesma porcentagem de votos da primeira vez. Não consigo expressar isso em palavras! Essa história nos lembra que nunca é tarde demais para mudar as coisas, que o fracasso pode nos tornar mais fortes e que o verdadeiro sucesso vem para aqueles que nunca desistem de seus sonhos.

BBB 11 – Maria Melilo

A incrível Maria Melilo foi uma verdadeira surpresa no reality show mais popular do Brasil! Não podemos negar que ela não era a favorita entre seus colegas de casa, mas e daí? Sua personalidade autêntica e envolvente encantou os telespectadores de todo o país. Com impressionantes 43% dos votos, ela mostrou que não é preciso ser perfeito para vencer, basta ser você mesmo!

BBB 12 – Fael Cordeiro

Vamos dar uma salva de palmas para o incrível Fael Cordeiro, o veterano que arrasou na final da 12ª temporada! É sério, estamos falando de um recorde aqui, pessoal! Na final dupla, Fael conseguiu obter incríveis 92% dos votos. Isso é impressionante! Ele não apenas venceu, mas destruiu completamente seu oponente! Parece que o Brasil inteiro se reuniu para prestigiar o grande campeão. E convenhamos, ele mereceu cada voto, não é mesmo? Com seu carisma, simpatia e simplicidade, Fael conquistou o país e entrou para a história do programa como um dos maiores campeões de todos os tempos.

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Linguagem intergaláctica: como as baleias estão ajudando os humanos a procurar novas civilizações

cauda de baleia no oceano

Aprender a linguagem das baleias poderia impulsionar a humanidade para o primeiro contato com civilizações alienígenas. Tudo se resume à frequência dos sons que outras espécies podem reconhecer.

Progresso da pesquisa

Os pesquisadores que testam essa hipótese estão mais interessados nas baleias jubarte, e alto-falantes subaquáticos especiais foram instalados perto de seus habitats. Eles são usados para atrair a atenção dos adultos. Ainda não foi possível fazer contato total com elas, mas as baleias respondem bem aos sinais emitidos – elas nadam até a embarcação e demonstram interesse no som dos alto-falantes. 

A primeira “comunicação” com uma baleia jubarte foi um avanço significativo não apenas para o mundo da neurobiologia. A escala dessa inovação vai muito além de nossa galáxia e pode formar a base para a comunicação com inteligência alienígena no futuro. A gravação da “saudação” foi reproduzida pela primeira vez por um grupo de seis cientistas em 2021. A baleia recebeu o apelido de Twain e, surpreendentemente, reagiu com rapidez suficiente a todos os sinais, apoiando o diálogo artificial. 

Josie Hubbard, comportamentalista animal da Universidade da Califórnia, em Davis, observa que esse é de fato um grande avanço em nossa compreensão do reino animal. As baleias têm propriedades especiais de comunicação e geralmente se movem em grupos. Portanto, vê-las emergir da superfície é realmente uma experiência incrível e edificante. Josie Hubbard fazia parte de um grupo de cientistas no Alasca quando encontrou pela primeira vez um grupo de baleias jubarte. Por motivos de segurança, os pesquisadores são aconselhados a parar a algumas centenas de metros do habitat dos mamíferos e a desligar o motor para que as vibrações emitidas não os incomodem. Essas precauções acalmam a vigilância das baleias e elas podem nadar para mais perto. 

Twain navegou o mais próximo possível da embarcação dos cientistas e circulou ao redor da tripulação por cerca de meia hora. Para Josie Hubbard, esse contato foi realmente marcante. Além de estudar o comportamento animal, a cientista também é membro do grupo de pesquisa Seti – um projeto da NASA que busca inteligência extraterrestre. Um dos objetivos do projeto é determinar a complexidade comunicativa na linguagem das baleias jubarte e seu nível de inteligência. De acordo com a equipe do Seti, decifrar as mensagens que as baleias enviam em resposta a sinais pode ser a chave para a comunicação com extraterrestres, caso a humanidade venha a fazer contato com eles. 

Dificuldades de tradução 

No momento do primeiro contato com a baleia jubarte Twain, de 38 anos, Josiah Hubbard estava observando do convés superior, paralelamente ao trabalho de especialistas em acústica no convés inferior. Brenda McCowan, membro da equipe, estava abaixo do convés e transmitiu uma gravação do contato por meio de um alto-falante subaquático usando sons de “whoop” ou “drop”. 

Depois que Twain reagiu aos estímulos sonoros, Hubbard também desceu e observou a comunicação por 20 minutos. Foi um processo realmente fascinante, pois as baleias produzem sons únicos – canções longas, estrondosas e agudas que se espalham pelo vasto oceano por muitos quilômetros. Os mamíferos podem organizar chamadas assobiando, além de pulsar na superfície da água e usar a ecolocalização para comunicar sua localização. 

O estudo do mundo subaquático e do comportamento das baleias, em particular, tem sido uma preocupação de cientistas e pesquisadores há séculos, que encontram muitas semelhanças com os seres humanos nos hábitos desses mamíferos. Elas também são animais sociais que vivem em bandos muito unidos, ensinam umas às outras habilidades vitais, criam filhotes juntos e formam populações inteiras em áreas separadas dos oceanos do mundo. A principal diferença entre as baleias e os seres humanos é a percepção global do mundo por meio dos órgãos da audição em vez da visão, o que lhes permite navegar nas profundezas do oceano. E, como sabemos, após ultrapassar a marca de 200 metros, a luz não é mais visível, enquanto o som viaja mais longe e mais rápido na água do que no ar.

Os sons exclusivos das baleias-comuns, jubartes e baleias-azuis são possíveis graças à sua laringe exclusiva, que é capaz de produzir sons nas frequências mais baixas possíveis e, assim, transmiti-los por longas distâncias. Por exemplo, as baleias azuis podem se comunicar em frequências de até 12,5 hertz, que se enquadram na categoria de infrassons que o ouvido humano não consegue ouvir.  

Mas as diferentes espécies de baleias diferem em seus padrões de comunicação sonora. Por exemplo, os cetáceos odontocetos – cachalotes, golfinhos, botos e orcas – são os animais mais barulhentos da Terra. Sua ecolocalização é baseada em cliques ultrarrápidos que lhes permitem ler o ambiente.  Eles também costumam usar pulsos e assobios suaves para se comunicar. 

Os cetáceos passaram por mais de 50 milhões de anos de evolução, o que os ensinou não apenas a reconhecer uma ampla gama de sons, mas também a produzi-los dependendo da situação. Os efeitos do ruído ajudam as baleias a comunicar informações entre si, caçar, encontrar companheiros de tribo e proteger seus habitats contra predadores. A mesma espécie pode usar dialetos diferentes, dependendo da área. Como as pessoas que vivem em diferentes partes de grandes países. 

Encontros íntimos

A primeira comunicação de Twain com uma baleia foi precedida por uma grande quantidade de trabalho realizado pelo pesquisador McCowan. Apesar do avanço significativo, o cientista acredita que estamos apenas no início da jornada se quisermos compreender o mistério da comunicação com essas criaturas únicas. nossa compreensão da comunicação com as baleias ainda está em sua infância.

Um fator importante foi a origem do sinal transmitido pelos alto-falantes subaquáticos. Ele foi gravado no dia anterior pela população de baleias em estudo e retransmitido para elas. O sinal foi reproduzido pelo menos três vezes, após as quais a equipe de cientistas recebeu a primeira resposta de Twain. Para manter o foco de sua atenção, decidiu-se tornar o sinal de resposta menos rápido. O animal se interessou e, depois disso, a resposta começou a ser dada a cada 10 segundos, alternadamente. Esse padrão e os intervalos de sinal cuidadosamente cronometrados tornaram possível fazer contato com a baleia jubarte 36 vezes em 20 minutos.

O estudo das baleias tem suas próprias peculiaridades. A principal delas é a natureza rebelde dos animais, que podem se aproximar de um navio ou deixar o território no momento mais inesperado. Como regra geral, elas podem ser encontradas em locais onde há muitos peixes. A única questão é como acompanhar a migração dos peixes na escala do oceano mundial. 

O grupo de Hubbard agora planeja repetir o experimento regularmente para identificar padrões no comportamento e nos sinais sonoros emitidos por diferentes baleias. Isso ajudará a tornar a análise dos dados mais clara e a traduzir os ruídos em mensagens específicas. 

Uso de inteligência artificial

Um dos desafios da pesquisa de comunicação com cetáceos é categorizar os ruídos em sons distintos e mensagens significativas. Inovações revolucionárias no desenvolvimento da tecnologia de inteligência artificial podem ajudar os pesquisadores nessa tarefa. É por isso que o trabalho está sendo realizado não apenas nos habitats das baleias, mas também muito além deles. A pesquisa envolve especialistas em inteligência artificial e processamento de linguagem natural, criptógrafos, linguistas, biólogos marinhos, especialistas em robótica e acústicos subaquáticos. E não são apenas as baleias jubarte que interessam a eles, mas também outra espécie: os cachalotes. 

Paralelamente à pesquisa de Hubbard, o projeto Ceti (Iniciativa de Tradução de Cetáceos), lançado pelo biólogo marinho David Gruber em 2020, visa registrar continuamente os sinais transmitidos pelas baleias na costa de Dominica, uma ilha no Caribe, usando dispositivos especiais como microfones, robôs e sensores e outros dispositivos. 

Notavelmente, Gruber começou sua carreira como biólogo estudando o impacto de bactérias e protozoários no ciclo do carbono e na mudança climática nos oceanos do mundo. Gradualmente, ela começou a se interessar por espécies maiores – corais, águas-vivas e tubarões – antes de passar para as criaturas mais gigantescas do meio ambiente.  

A capacidade de ouvir e ver o mundo como os animais o veem pode nos dizer muito sobre o planeta em que vivemos. E uma melhor compreensão de nossas próprias capacidades. Por exemplo, o cérebro da baleia cachalote é o maior de todos os animais existentes. Os pulsos e cliques com os quais ela se comunica são capazes de transmitir informações em formato de código. Usamos as mesmas técnicas para criptografar mensagens em código Morse. 

Gruber acredita que o desenvolvimento tecnológico e o uso da inteligência artificial na análise dos sons produzidos pelas baleias aproximarão a humanidade do reconhecimento de sua linguagem. Os algoritmos de aprendizado de máquina já estão processando uma enorme quantidade de dados coletados durante a pesquisa de várias expedições. Espera-se que os resultados dessa análise possam ser publicados já em 2024 e serão um verdadeiro avanço na neurobiologia. Muitas das frequências coletadas já foram decodificadas e agora estão passando pelo estágio de interpretação em linguagem humana. 

O próximo passo para a comunicação com os sagebrats poderia ser recriar um diálogo realista que imitasse conversas reais com cachalotes por meio de vocalizações inerentes produzidas por dispositivos especiais. 

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